segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

I kissed a girl

This was never the way I planned
Not my intention
I got so brave, drink in hand
Lost my discretion
It's not what I'm used to
Just wanna try you on
I'm curious for you
Caught my attention

I kissed a girl and I liked it
The taste of her cherry chapstick
I kissed a girl just to try it
I hope my boyfriend don't mind it
It felt so wrong
It felt so right
Don't mean I'm in love tonight
I kissed a girl and I liked it
I liked it

No,I don't even know your name
It doesn't matter
You're my experimental game
Just human nature
It's not what good girls do
Not how they should behave
My head gets so confused
Hard to obey

Chorus

Us girls we are so magical
Soft skin, red lips, so kissable
Hard to resist so touchable
Too good to deny it
Ain't no big deal, it's innocent

Chorus



Ok, esse é um dos novos "hits" do momento; uma música com tudo o que é necessário para ser um grude na cabeça (e ouvidos) de quem ouve, desde uma melodia bem-feita até todo o apelo pop que relacionado com essas "cantoras teen", além de mal sair já ter um clipe rodando pela MTV&afins. A letra, então, mais de balada impossível (nota "nem-tão-mental-assim": ainda posso me arrepender de ter escrito esse "impossível"): uma garota que, só para experimentar, beijou outra garota. A primeira vez que me recordo de ter ouvido essa música foi com uma menina colocando-a, em volume alto, no celular, em meio a outras amigas. A menina em questão é lésbica (embora me sinta desconfortável com as representações que esse termo costuma causar, tive que usá-lo aqui), e as outras, "baladeiras", e todas curtindo muito a música. Depois de muito tempo, estava no motel e, entre uma-e-outra, colocamos a tv na MTV, e estava passando o clipe dessa música com a letra traduzida - só aí me atentei para o atentado que essa letra é.
A historinha de uma menina que se sente encorajada pela bebida, perde sua vergonha e, nesse cenário, resolve experimentar uma garota; pois é, é exatamente essa a palavra usada na 6ª linha da música: experimentar.
Ela não sabe o nome da pessoa, até porque, para ela, isso não importa. "Você é meu jogo experimental, apenas a natureza humana". Aqui eu poderia incluir toda a crítica que venho construindo ha bastante tempo sobre essa noção de "natureza humana", mas vou me furtar a isso para não ser filosoficamente chato em demasia; acredito que basta perguntar: transformar as pessoas em objetos para saciar a nossa curiosidade não-epistemológica e carregada de modismos é a natureza humana?
Depois vem o óbvio, que nem precisara ser dito, mas ela diz: isso não é o que as boas garotas deveriam fazer. Perceberam o evidente tom de "sou rebelde e quebro as regras" aqui? Mais do que virar produto, a rebeldia já virou produto fashion, não é mais necessário ter tatuagens, piercings e cabelos esquisitos para ser rebelde - basta beijar alguém do mesmo sexo.
Para consumar, o elogio da "beleza feminina", dizendo o quanto as garotas são mágicas, com sua pele macia, lábios vermelhos tão gostosos de beijar e isso tudo é tão bom para ser negado, mesmo que seja... inocente! Aí, sinceramente, os limites foram extrapolados. Depois de toda essa baboseira sobre como é cool ser bissexual entre a galera da balada, a desgraçada vem me falar que é "inocente"?! Não é, de forma nenhuma, da mesma forma que não é "culpado" ou "carnal" - é simplesmente pensado, calculado, como toda mercadoria deve ser.
Espero, sinceramente, que o namorado dela não se importe.

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