Ah, mais uma tarde/noite dedicada ao underground! Que sensação ótima de ainda estar vivo, de saber querer o que se quer através do saber, de trocar, mas trocar intensamente, dando e recebendo, sem vender jamais. Que gostoso é saborear a sensação de estar no seu ambiente, de se libertar dos grilhões e exercer, coletivamente, a sua individualidade; sim, porque a minha individualidade se faz no coletivo. O meu processo de estar-sendo atravessa e é atravessado por inúmeros outros processos de estar-sendo.
Hoje dei aula, atrasei um pouco, acordei tarde, mas remanejei de forma suficientemente boa os horários e consegui me organizar e cobrir minha semi-falta.
Fui, então, a um evento de comemoração de seis meses da ocupação Flor do Asfalto, que comemorava também a inauguração da biblioteca social da ocupação e do laboratório fotográfico. A entrada era um real e um livro usado (embora eu tenha visto duas pessoas entregando livros novos); o interessante era ver gente que chegava com o livro mas não tinha dinheiro trocado, daí diziam "pô, depois que você comprar uma parada você trás o dinheiro" e a pessoa realmente trazer o dinheiro! Ou mesmo uma galera que não levou o livro, mas se comprometeu a levar durante a semana, e outros que levaram mais de um livro. Isso mostra que o underground é algo sólido e construtivo, que pode e deve viver da sinceridade e do comprometimento dos participantes.
Depois teve a exibição de um vídeo, "Um ano e um dia", que é um pequeno documentário sobre a ocupação 17 de Maio, se não me engano de Nova Iguaçu. O vídeo é PHoDa, e depois o cara que fez falou um pouco sobre ele. Depois tocaram algumas bandas e teve a galera do Rap, mas eu só assisti à primeira banda, porque preferí ficar trocando uma idéia com o pessoal que estava na portaria. Conhecí muita gente bacana, troquei idéias, debati conceitos e dei muitas risadas! Não posso me esquecer do pão sírio com guacamole e do sanduíche-íche de pasta de grão de bico, que estavam ambos deliciosos. Eu ia dormir por lá para poder ficar até o final, mas foi esvaziando com o horário e meia-noite e algo uma galera ia andando para a Central, daí peguei carona; mas nem andamos um minuto e eu ví um ônibus da Trel virando a esquina, daí atravessei e, por sorte, era um Nova Campinas. Peguei, dormí, acordei em cima do meu ponto, saí pela frente quando era para sair por trás (rodando a roleta ao contrário e ouvindo algumas reclamações do motorista), vim para casa, comi, e aqui estou, blogando e me deliciando com a sensação de completude que ainda tenho na cabeça.
sábado, 21 de abril de 2007
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